quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ode matinal ao que não se vai


E hoje de manhã eu quase morri.
Aquele monstro seco que me habita
Remoeu, gemeu, arranhou
Enfezado a vida que não quer ter
A cria dura de uma fase não resolvida
O filho bastardo do ontem
Quebrou minha coluna ao meio
sangrou minhas entranhas
e em três pontos se disse feito
mas não
persiste a dor
num caminho de fim de giz
num resto amargo de boldo
no filho morte
no sonho de expelir
-pelo amor de deus
o mal que me preenche.

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