domingo, 1 de agosto de 2010

Num acorde d'água


-Havia flores pregadas na parede

Do silêncio das venezianas
Ao assoalho latejante de um cômodo qualquer
Corriam pelas portas as crianças
Que não passavam de vento
Que não ventavam apenas aquilo que se passa
Brincavam de ser homem
Foi como tudo começou
Arrebentou as ondas mais altas
Murchou os mais vastos campos de girassóis
e do pequeno menino se fez o nada
As paredes todas decoradas
Pisadas no suor da saudade
Trouxe de volta
A fina luz entre as folhas
E num único desejar da brisa
Eu vi que os galhos se balançaram
A grama se fez sedutora
Subiu as escadas de pedras tão lisas
Invadiu as portas da frente
Girou o corpo no instante
Silenciou sobre o tapete
Eu era uma árvore de flor e fim

Nenhum comentário:

Postar um comentário